Deputado diz que CPI dos Correios considera inválida autorização de saque para auxiliar de Dirceu

30/07/2005 - 18h40

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O deputado Carlos Abicalil (PT-MT), subrelator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, disse que o documento publicado hoje (30) pela revista Veja "foi examinado pela CPMI e o encaminhamento do corpo técnico é de que ele não é válido". A revista publicou reportagem em que afirma que Roberto Marques, apontado como assessor do deputado e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), teria recebido autorização para sacar R$ 50 mil da conta no Banco Rural da empresa de publicidade da qual Marcos Valério é sócio, SMP&B.

Em entrevista à Agência Brasil, o deputado afirmou que o documento "não guarda nexo com quatro outros itens, que são: uma cópia de um cheque, um comprovante de saque por cheque ou transferência eletrônica, assinatura do sacador e cópia da identidade. Em todos os documentos considerados válidos (pela CPMI), existe esse nexo".

Neste sábado, o deputado divulgou nota à imprensa na qual faz observações às declarações publicadas pela revista atribuídas a sua pessoa. Na nota, Abicalil afirma que a revista não publicou "o inteiro teor" de suas explicações sobre o documento em que consta o nome de Roberto Marques como autorizado a sacar dinheiro enviado pela empresa SMP&B no Banco Rural. A SMP&B tem como sócio o empresário Marcos Valério de Souza, apontado pelo deputado Roberto Jéferson como um dos operadores do suposto pagamento de mesada a deputados federais.

Em outra nota à imprensa divulgada pouco depois, Roberto Marques diz que trabalha há seis anos como assessor especial na primeira-secretaria da Assembléia Legislativa de São Paulo. "Sou amigo do deputado federal José Dirceu. Não sou assessor, como diz a revista". Ele nega que tenha representado o deputado federal em qualquer solenidade. Na nota, nega também que tenha sacado dinheiro no Banco Rural e diz não conhecer a Corretora Bônus Banval, nem Luiz Carlos Mazano.