Inpa lança campanha para ''batizar'' 5º filhote de peixe-boi nascido em cativeiro

30/07/2005 - 10h57

Brasília - As comemorações do 51º aniversário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, começarão amanhã (31) em Manaus (AM), incluindo o lançamento da campanha Filhotinha de Peixe-Boi. A campanha visa escolher um nome para o quinto filhote nascido nos tanques do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do instituto. E de estimular o interesse pela espécie, a Trichechus inunguis, considerada vulnerável na lista do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

"Do ponto de vista conservacionista, campanhas dessa natureza fazem com que as crianças conheçam o peixe-boi, as condições do nascimento em cativeiro, que não é algo tão simples, e, por conseqüência, acabam também divulgando as pesquisas realizadas pelo Inpa", afirma Yara Camargo, presidente da Associação dos Amigos do Peixe-Boi. Ela destaca ainda a necessidade de maior interação da ciência com o público. Poderão participar da campanha crianças de 7 a 12 anos de idade, que preencherão cupons a serem entregues em Manaus ou por meio eletrônico no site do Inpa, a partir de segunda-feira (1º/8).

Os participantes vão concorrer a um microcomputador, um aparelho DVD e uma viagem saindo de Manaus para a maior província gasolífera terrestre do Brasil, Urucu, em Coari (AM). O nome do vencedor será anunciado no dia 6 de outubro, durante a II Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, quando a filhotinha completará seis meses.

O filhote para o qual a campanha se destina é uma fêmea, nascida na madrugada de 6 de abril, com 17,2 quilos. Dessa vez, a mãe foi Cambá, que está no Inpa desde 1984. Em abril de 1998 nasceu o primeiro filhote, batizado de Erê, filho da fêmea Boo. Depois dele, vieram Tuã (filho de Tukano) e Kinja (também de Boo). Entre Erê e Kinja, Boo teve outro filhote, natimorto. Significa dizer que as três fêmeas adultas – Cambá, Tukano e Boo – já reproduziram. Neste ano, o Projeto Peixe-boi completa 31 anos, mantendo o objetivo de preservar, conservar e conscientizar as pessoas sobre a importância do animal na natureza.

Para o pesquisador do Inpa, Fernando Rosas, reproduzir um animal em cativeiro, quando ele está ameaçado de extinção, é um passo gigantesco na conservação da espécie. "Mas de nada adiantará o nosso trabalho se o conhecimento aqui produzido não for socializado. Afinal, é a sociedade que nos paga para realizarmos as nossas pesquisas", diz.

Hoje, são 33 animais distribuídos nos tanques do LMA, que conta com dois pesquisadores, além dos estudantes de pós-graduação, bolsistas e voluntários, e um veterinário para cuidar dos animais.

Com informações do Ministério da Ciência e Tecnologia