Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O advogado do Banco Rural e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias informou após reunião com o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), que colocou à disposição da Comissão três técnicos do banco para ajudarem na interpretação dos documentos relativos à quebra de sigilos das contas pessoas e das empresas do publicitário Marcos Valério de Souza.
"Um banco vive de sua imagem e da fé que merece de seus clientes. Seria um contra-senso perder este capital", disse Dias. O Banco Rural, acrescentou, "está tranqüilo", uma vez que não detectou qualquer operação ilegal com as contas do empresário mineiro. "Fomos cobrados mas procuramos mostrar o nosso interesse em colaborar. O Banco Rural nega, peremptoriamente, que esteja atrapalhando as investigações da CPI", disse o advogado.
Já o senador Delcídio Amaral declarou que com a ajuda dos técnicos serão retiradas as dúvidas sobre algum documento requerido que não teria sido encaminhado à comissão. Ele disse, ainda, que até a próxima semana todos os documentos estarão tabulados e os cruzamentos de informações, realizados. A CPMI quer saber, além das movimentações financeiras feitas por Valério e suas empresas, a origem e o destino dos recursos depositados nas contas.
Mais uma vez, Delcídio Amaral reafirmou a necessidade de cautela na divulgação, pelos parlamentares da Comissão, de dados sigilosos. "Nós estamos passando por um momento político muito difícil. É preciso ter muito cuidado com tudo que é veiculado. Vou jogar duro nisso, porque não podemos colocar em risco instituições e o nome de pessoas se não fizermos o dever de casa", avaliou o senador.