Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A participação de mulheres paulistas com mais de 60 anos no mercado de trabalho cresceu 15% entre 1992 e 2003, indica o estudo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Em dezembro de 2002, 41% das aposentadorias pagas pelo INSS no estado de São Paulo eram de um salário mínimo e apenas 0,02% recebiam de 9 a 10 salários mínimos.
Para a analista da Fundação Seade, Maria Luz Mato, as mulheres nesta faixa etária são obrigadas a complementar renda e, por isso, permanecem no mercado de trabalho. "Elas têm aposentaria muito baixas por volta de salário mínimo se inserem em trabalhos profissionais muito frágeis e vinculados a tarefas domésticas", disse.
A média do rendimento das mulheres aposentadas nesta faixa etária, em valores atualizados, passou de R$ 310,92, em 1992, para R$ 266,56, em 2003, no estado de São Paulo. No mesmo período, os salários dos aposentados do sexo masculino com 60 anos ou mais, passaram de R$ 357 para R$ 533,12.
O levantamento revela ainda que 63,9% das aposentadas nesta faixa etária são analfabetas ou possuem ensino fundamental completo. Os dados apontam que 44% delas moram sozinhas, boa parte porque são viúvas ou divorciadas.
A participação de mulheres com idade entre 40 e 59 anos no mercado de trabalho, na região metropolitana de São Paulo, cresceu 30% entre 1992 e 2003. Neste caso, a pesquisadora do Seade diz que o índice é positivo porque, ao contrário das trabalhadoras mais velhas, boa parte desta população deseja dar continuidade a sua vida profissional.