Rio - O Brasil carece de técnicos especializados para atuar em alguns setores da economia que se encontram em expansão, como o petróleo, o aço e a indústria naval. A afirmação é do secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Antonio Ibañez Ruiz. Para ele, a falta de profissionais de nível médio pode prejudicar o desenvolvimento do país.
Ruiz explicou que o déficit de mão-de-obra especializada deve ser sanado com investimento em escolas técnicas. "O Brasil está criando vários pólos de desenvolvimento, como a indústria naval e o agronegócio, e precisa realmente de uma grande quantidade de técnicos", afirmou.
Segundo o secretário, o setor de petróleo e gás, por exemplo, precisará de 50 mil técnicos até 2007 e o mercado só poderá ofertar 18 mil profissionais. "É uma demanda enorme. Vão ser investidos cerca de US$ 80 bilhões nesse setor, até 2010, e não tem pessoal", disse Ruiz.
Outro exemplo é o setor siderúrgico do Maranhão, onde haverá a implantação de novas usinas, que, de acordo com o secretário, poderão fazer a produção de aço duplicar no Brasil até 2008. Na região, há um Centro Federal de Educação Tecnológica, mas não existem técnicos em siderurgia.
No mês passado, o MEC apresentou à Presidência da República um plano de expansão da rede federal profissionalizante, que prevê investimento de R$ 70 milhões para a criação de 32 escolas e unidades de formação tecnológica em 18 estados, para se somar às 144 que já existem. A intenção é que o projeto seja colocado em prática já no ano que vem.