Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus – Apreensão de nove mil metros cúbicos de madeira de origem não-comprovada e aplicação de multas no valor total de R$ 8 milhões, referentes ao desmatamento ilegal de 4 mil hectares, é o resultado obtido até agora pela Operação Uiraçu, coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Há 42 dias, essa ação mantém em campo 56 agentes de fiscalização percorrendo simultaneamente os 12 municípios do sul do Amazonas. "Uiraçu é um gavião grande que sobrevoa as matas. Isso significa que estamos vigiando a região", explicou Adilson Cordeiro, chefe de fiscalização do Ibama no estado.
Segundo ele, esse já é o quarto ano que o Ibama realiza grandes operações de combate ao desmatamento no sul do Amazonas. Um estudo divulgado recentemente pelo Sipam, que mediu o desmatamento na área integral dos 12 municípios da região, revelou que nos locais onde houve fiscalização o desmatamento não aumentou. A taxa média de aumento da área desmatada entre 2003 e 2004, no entanto, é preocupante: 16% de crescimento. "A tendência é que os destruidores da mata migrem, e nós precisamos segui-los, acompanhar essa dinâmica", afirmou Cordeiro.
A gerência do Ibama no Amazonas tem apenas 86 fiscais, para uma área de aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros quadrados. "Nós temos poucos recursos humanos como qualquer instituição amazônica, mas isso não nos impede de realizar o trabalho, principalmente porque contamos com o apoio de órgãos parceiros", assegurou Adilson. Também participam da Uiraçu a Polícia Militar, a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Exército, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
A operação deve terminar em novembro. Os 12 municípios examinados são: Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Pauini, Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí.