Reforma universitária não deve ser debate central do congresso, aponta UNE

01/07/2005 - 19h26

Lílian de Macedo
Repórter da Agencia Brasil

Goiânia – A atual situação política do Brasil modificou os planos dos organizadores do 49° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que ocorre até domingo (03) em Goiânia. Segundo o presidente da UNE Gustavo Petta, o grande mote do encontro seria a reforma universitária. "Até bem pouco tempo atrás pensávamos que o debate central seria a reforma. É claro que este debate ainda terá um grande espaço no congresso, mas o tema principal passou a ser a crise política atual", afirma.

Feita a ressalva, a reforma universitária foi, contudo, mencionada na palestra do economista Plínio de Arruda Sampaio. Para ele, a realidade nacional é bem mais complexa que há 30 anos. E alertou: "a construção de um novo Brasil não será feita com mais uma reforma no modelo capitalista, porque ele não tem mais resposta para nenhum problema brasileiro".

A reforma universitária – que pode ser votada no segundo semestre no Congresso Nacional – prevê a abertura de 400 mil novas vagas até 2011. Estipula, também, um aumento de R$ 5,7 bilhões nos orçamentos das universidades federais. O texto inclui, ainda, 118 mil bolsas anuais nas universidades privadas até 2009. "Nesse momento, a reforma deixa de ser do governo e passa a ser uma reivindicação do movimento estudantil. A nossa mobilização é total para mudar este país", disse Gustavo Petta.