São Paulo, 1/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - As exportações brasileiras crescem praticamente o dobro da média mundial e esse ritmo deverá continuar, conforme estimativa do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
Desde junho do ano passado, explicou, mudou a média das exportações brasileiras: "A média das exportações mundiais neste ano crescerá abaixo de 10% e a nossa média no final do ano, atingindo a meta, será de 17%. Em um determinado mês, ela pode estar abaixo da média mundial, dependendo da base do ano anterior, mas no ano nós estaremos crescendo muito próximo do dobro da média mundial".
Para o secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, apenas dois países têm uma média de crescimento das exportações superior à brasileira: Rússia e China, ambos com 35%. "É importante lembrar que, nessa comparação que se faz com o restante do mundo, tanto em 2003 quanto em 2004 o Brasil manteve uma média de crescimento de 32% nas exportações. Nos últimos 12 meses, é de aproximadamente 30%. Acredito que em 2005 vai haver pouca mudança nesse quadro", disse.
O ministro Furlan explicou que a conquista de novos mercados ajudou o crescimento das exportações do país. E o secretário Ivan Ramalho acrescentou que elas têm apresentado crescimento "muito bom para mercados não tradicionais". Ele citou como exemplos os aumentos registrados nas vendas de janeiro a junho, comparados com o mesmo período do ano anterior, para a Europa Oriental (69,2%), África (43,7%) e Associação Latino-Americana de Integração – Aladi (35,7%).
Um movimento contrário, no entanto, foi verificado para o mercado chinês. Dados da balança comercial apontam queda nas exportações de 6,6% até junho, em relação a 2004, e aumento de 52,3% nas importações, no mesmo período. Furlan explicou que houve queda nas vendas de soja e que por uma estratégia da Companhia Vale do Rio Doce, a oferta de minério de ferro e aço foi menor no primeiro trimestre. "Nós imaginamos que, no segundo semestre, esses dois setores terão uma performance mais positiva e que parte dessa desvantagem acumulada será reduzida", disse o ministro.
Furlan destacou o peso das importações para a indústria eletroeletrônica – como componentes para celulares, telas de cristal líquido. "Isso o Brasil precisa comprar sempre. Está havendo um deslocamento de um mercado fornecedor para outro, por qualidade de preços, e ao mesmo tempo essa demanda maior é porque o Brasil está sendo exportador de produtos acabados, como é o caso de celulares. O desempenho exportador do setor eletroeletrônico está acima de 80% e isso demanda componentes. É uma importação que em boa parte é reexportada", acrescentou.