Fortaleza, 1/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - A economia brasileira deverá ter neste ano um crescimento de 3%, puxado principalmente pela indústria, com uma expansão prevista de 4%. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que se reuniu hoje na capital cearense para avaliar a conjuntura atual e as perspectivas para a economia até o final do ano.
O presidente da CNI, Armando Monteiro, disse que o setor que mais deve crescer é o da indústria extrativa, seguido pela de transformação. Mas ele lembrou que a economia brasileira sempre reage de maneira surpreendente: "Se os juros iniciarem a trajetória de queda já no próximo mês, nós poderemos ter um crescimento maior porque vai estimular o investimento".
Monteiro observou que o empresário investe quando percebe que a demanda está crescendo. Como metade do investimento é feito por meio de financiamentos, os juros altos inibem a busca por esse financiamento. "Mas há 50% de autoinvestimento, que é feito com recursos próprios das empresas e esse é mais difícil de dimensionar", explicou.
A CNI, acrescentou, ainda aguarda uma resposta do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à proposta de redução no spread do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) por meio de redução dos impostos que incidem sobre os financiamentos. "Já que não se reduz a cunha fiscal de modo geral, pelo menos poderia desonerar o financiamento, que além do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ainda tem que pagar a Contribuição sobre o Lucro Liquido (CSLL), Imposto de Renda, PIS e Cofins. Por que tudo isso? Não é o banco que está sendo taxado, é o tomador, porque o banco repassa tudo para o financiamento", argumentou.