Industriais de São Paulo e Rio passam a integrar grupo governamental de combate à pirataria

01/07/2005 - 18h01

Renata Franke
Da Agência Brasil

Brasília - Industriais brasileiros passarão a participar diretamente do planejamento da política brasileira de combate à pirataria. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) receberam hoje os dois primeiros certificados de participação no Painel de Colaboradores do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos (CNCP).

A instalação do painel oficializa a participação de pessoas físicas e jurídicas nas ações de combate à pirataria no Brasil. Esses participantes poderão encaminhar proposições e participar de reuniões do conselho. "A pirataria hoje é um flagelo para a indústria, porque, além de fazer concorrência desleal e provocar o fechamento de empresas, está ligada diretamente a outras vertentes do crime", afirmou o vice-presidente da Fiesp, Thomaz Zanotto, que participou da reunião de hoje.

O próximo objetivo do conselho é conscientizar a sociedade sobre os malefícios da pirataria para a sociedade. Para fazer isso, o grupo deve investir em campanhas nacionais que ajudem a desestimular a compra de produtos ilegais. "As pessoas procuram produtos informais porque os preços são menores. Se pudermos eliminar o produto pirata, poderemos crescer a produção e, com isso, baratear o produto legal", acredita o vice-presidente da Firjan, Geraldo Coutinho, também presente na reunião. "Só assim teremos sucesso total quando o consumo for desviado para a cadeia formal da economia".

Desde a criação do CNCP, em novembro do ano passado, as operações da Receita Federal e das polícias Federal e Rodoviária Federal foram intensificadas. No mesmo mês, foi assinado um acordo bilateral entre o Brasil e o Paraguai para o combate à pirataria na fronteira dos dois países.

"A pirataria não traz riqueza nem para o Paraguai nem para o Brasil. Por isso, é preciso reverter esse quadro, trocando os produtos ilegais por produção, pólos industriais e economia sustentável", afirmou o presidente do CNCP, Luiz Paulo Barreto, sexretário executivo do Ministério da Justiça. Ele afirma que a apreensão de produtos piratas aumentou 130% em 2005, em relação ao ano passado. Segundo nota do Ministério da Justiça, essa medida já resultou em aumento de 20% nas vendas de cigarros legais.