Incra tem 5 dias para informar se tem interesse em área ocupada pelo MST no Rio Grande do Sul

01/07/2005 - 14h05

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre - A Justiça do Rio Grande do Sul deu prazo de cinco dias para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informe se tem interesse na área da Agropecuária e Cabanha Dragão, em Eldorado do Sul, na região metropolitana da capital gaúcha. O juiz Gilberto Schäfer, da 1ª Vara Cível de Guaíba, determinou que os advogados dos proprietários apresentem o termo de compromisso do depositário da fazenda.

A decisão do magistrado, que deverá apresentar parecer sobre o pedido de reintegração até a próxima terça-feira (5), foi tomada hoje, durante audiência entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e advogados dos proprietários da Agropecuária Dragão. Também participaram da audiência o procurador regional do Incra, André Luiz Silva, e o secretário do Gabinete da Reforma Agrária do Estado, Vulmar Leite.

Segundo Mauro Sibulski, um dos coordenadores do acampamento do MST, o juiz Schäfer convocou a audiência porque tem se mostrado preocupado com a questão agrária. Para Sibulski, a realização da audiência foi um passo importante. Ele disse que os 500 integrantes do MST que ocupam a área desde o dia 27 de junho "continuam aguardando que a Justiça tome uma decisão favorável às famílias acampadas".

O MST defende a desapropriação da área, que está seqüestrada pela Justiça Federal por fortes indícios de que era usada para lavagem de dinheiro. Segundo inquérito da Polícia Federal, o local era usado por uma organização criminosa da qual fazia parte o jordaniano Walled Issa Khmays, preso em junho de 2004, quando a PF apreendeu várias armas na fazenda.

O jordaniano responde a processo no Rio Grande do Sul por lavagem de dinheiro, uso de documento falso, porte ilegal e ocultação de armas, além de já ter sido condenado no Ceará por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, além de crimes em outros países. Ele usava no Rio Grande do Sul o nome de Rogério Cury Mattar.