Garantir o acesso de todos à saúde é parte do combate à desigualdade racial, diz secretário

01/07/2005 - 7h28

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Tornar o atendimento de saúde cada vez mais universal como parte de uma política pública de combate às desigualdades sociais e raciais. A missão, apresentada na 1ª Conferência Nacional para a Promoção da Igualdade Racial, é uma das prioridades do Ministério da Saúde. Para o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, a conferência revela a existência de problemas que afetam grupos raciais e étnicos, que sofrem por preconceito e intolerância. Esses problemas, acrescentou, passam pelas áreas da saúde e da educação, entre outras.

Ao participar ontem (30) da mesa-redonda Políticas de Promoção de Igualdade Raciais e de Ações Afirmativas, Barbosa apresentou um dado que reflete a discriminação contra a população negra: levantamentos do ministério apontam que os negros morrem mais precocemente do que a população branca, principalmente por câncer e doenças cardíacas. "Provavelmente por falta de acesso a tratamento", diz o secretário.

Além disso, a população negra, afirmou o secretário, sofre em dobro o risco de assassinato, vítima da violência urbana. "Por tudo isso, acho que é possível irmos além nas políticas relativas ao Ministério da Saúde", ressaltou Barbosa. De acordo com o secretário, o relatório Saúde Brasil, que mostra anualmente as condições de saúde dos brasileiros, trará em sua edição de 2005 um capítulo novo, tratando das diferenças raciais. A próxima edição será lançada em agosto. As anteriores traziam dados de saúde classificadas por região, gênero e faixa etária.