Furlan se diz favorável a que governo gaste somente o que arrecada

30/06/2005 - 21h19

Bruno Bocchinni, Daniel Merli e Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "Seria um bom estímulo", definiu Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, a idéia de manter um déficit nominal zero. A proposta é defendida pelo deputado federal Delfim Netto (PP-SP). Para ele, o Brasil deveria buscar mais que o superávit primário – que é quando o governo gasta menos que arrecada, sem considerar o gasto com juros.

Delfim propõe que o governo gaste somente o que arrecada – mesmo considerando o gasto com juros. Uma hipótese é alcançar essa meta pelo aumento da Desvinculação de Receitas da União (DRU) – que hoje permite investir até 20% do orçamento em áreas diferentes das determinadas pela Constituição, como educação e saúde. A hipótese é considerada pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "A evolução da DRU pode ser um instrumento utilizado para compromisso de longo prazo, mas não é esse o debate, é parte do debate", disse semana passada, após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Hoje (30), em atividade na capital paulista, o ministro Furlan ressalvou que não é "economista, então minha resposta provavelmente será defeituosa". Mas afirmou que "tendo sido presidente de uma empresa, me parece que é colocar o tesoureiro responsável pelo resultado da última linha do balanço e não apenas pelo resultado financeiro. Seria um bom estímulo".