Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – No Brasil já existe o consenso da necessidade de políticas públicas para diminuir a discriminação contra os negros, o desafio agora seria implementar essas políticas. Essa é a opinião do secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania do estado de São Paulo, Hédio Silva Júnior. O secretário foi um dos expositores da mesa "Identidade Nacional, Política e Legislação para a Superação do Racismo", no segundo dia da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília.
Para ele, é fundamental que o Brasil discuta nos vários níveis de governo a realização de políticas da igualdade racial. "O Governo Federal tem um papel importante para orientar, formular e colaborar para que os outros entes de governo possam implementar medidas", afirmou.
Há, segundo ele, um leque de experiências muito interessantes no Brasil. Ele citou as universidades que adotam o sistema de pontuação para os candidatos negros das escolas pobres; as entidades de ensino superior que adotam o sistema de cotas; os municípios que estimulam empresas a terem mais negros em seus quadros; as medidas de acesso a crédito público dos empreendedores negros; as linhas de pesquisa sobre relações raciais e a publicidade institucional em vários níveis de governo, que começam a incorporar os negros.
"O Brasil discute diferentes formas de enfrentamento do preconceito. A cota tem sido uma medida importante, mas não é a única. Precisamos lutar para que as escolas ensinem geografia e história brasileira sem o estereótipo contra os negros, os africanos escravizados", concluiu.