Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - As vendas da indústria fluminense aumentaram 13,71% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado, apresentando porém retração de 2,23% sobre abril de 2005. Uma vez efetuado o ajuste sazonal, que retira os efeitos característicos do período, essa redução da atividade é aprofundada para -3,53%.
Os dados foram divulgados hoje (30) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Segundo a economista Luciana de Sá, chefe da assessoria de Pesquisas Econômicas da Firjan, a queda com o ajuste do período é explicada pela redução de pedidos dos setores de papel e papelão (-11,02%) e material de transporte (-8,85%) e, principalmente, devido à normalização das exportações no setor químico (-24,29%).
"O quadro delineado pela pesquisa é de desaceleração da atividade econômica", diz Luciana de Sá, que atribuiu aos juros altos a razão para esse desaquecimento. Ela afirma que as horas trabalhadas (-0,06%) também apontam para uma estabilização, chegando ao mesmo nível de janeiro, e a utilização da capacidade instalada tem diminuído: 76,79% em maio de 2005 contra 80,74% em maio de 2004. "Então, em termos de ritmo de produção, a avaliação que se faz é de continuidade do processo de acomodação da atividade econômica, mas sem reflexo no mercado de trabalho".
Luciana de Sá avalia que o índice de ocupação no trabalho apresenta resultados bastante positivos: alta de 1,57% em maio, em relação a abril, e de 2,45% em maio sobre igual mês do ano passado. Foram criados 5,6 mil postos de trabalho pela indústria de transformação fluminense. Esta foi a primeira vez, desde o início da pesquisa em 1992, que o emprego industrial subiu 2,7% de janeiro a maio. Este é o melhor resultado da série para o período.
A expectativa é de crescimento das vendas da indústria do Rio de Janeiro em torno de 10% este ano, "com um cenário bom", diz a economista. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2005, o faturamento do setor cresceu 13,63% em relação a igual período de 2004.