Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Nilcéia Freire, na cerimônia de abertura da 1ª Conferência Nacional para Promoção da Igualdade Racial, por ter sido pioneira na implantação do sistema de cotas numa universidade brasileira. O presidente reconheceu que existe preconceito no Brasil e o classificou de "doença grave". Também apontou que a conferência reúne grande parte do movimento pela igualdade racial no país.
Sobre a atitude de Nilcéia Freire de destinar vagas para negros, quando foi reitora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o presidente lembrou que houve polêmica e reações negativas. Lula atribuiu essas reações ao preconceito. "Não foi fácil pois o preconceito só não é maior porque não está escrito na testa das pessoas. Se estivesse escrito, a gente saberia que o preconceito neste país é uma doença grave. Porque o preconceito é contra o negro, contra o pobre", disse Lula.
O presidente Lula afirmou que a conferência reúne grande parte do movimento pela igualdade racial no país e, falando diretamente a eles, aconselhou a todos a chamarem atenção para a importância do tema. "Cabe a todos que estão aqui dizer ao Brasil, ao presidente da República e ao Congresso ‘nós existimos, nós sabemos protestar, nós sabemos construir’", reiterou. "Mas o que é mais importante, nesse momento, é criamos a consciência de que é bonito ser negro nesse país e que metade da população é negra."
O presidente advertiu para a possibilidade de surgirem divergências no decorrer do encontro, que vai até o próximo dia 2, mas pediu aos participantes que não deixem as diferenças influenciarem negativamente os programas de governo. "Não vamos permitir que as divergências conceituais existentes façam com que a gente atrase os benefícios para as pessoas mais pobres das periferias desse país, para as comunidades quilombolas, para as comunidades indígenas", declarou.