Rio, 30/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os números divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam aumento no ingresso líquido de recursos estrangeiros por meio de aquisição de ações nas bolsas de valores. Dos R$ 2 bilhões no primeiro trimestre de 2004, o total passou a R$ 5,9 bilhões em igual período de 2005.

Para a economista Adriana Beringuy, da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, trata-se de um fenômeno positivo por revelar que o investidor estrangeiro vê com perspectivas favoráveis o crescimento da economia brasileira.

Os dados do IBGE apontam também maior envio de recursos de empresas no exterior à filial no Brasil. O valor passou de R$ 2,1 bilhões, no primeiro trimestre de 2004, para R$ 7 bilhões, no mesmo período de 2005 – um aumento de 242% nesse tipo de investimento estrangeiro. Segundo a economista, ao invés de a filial brasileira levantar recursos no sistema financeiro, pagando taxas elevadas de juros, as matrizes optaram por essa modalidade de financiamento, que é operacionalmente mais fácil e de custo menor. "A quantidade de recursos vinha crescendo desde o terceiro trimestre de 2004, mas agora, especificamente nesse trimestre de 2005, notou-se o número expressivo. O componente que pesou para o crescimento foi essa categoria de empréstimos intercompanhia", informou.

Adriana Beringuy destacou que quando a matriz direciona recursos para a sua empresa no Brasil é porque está vislumbrando a possibilidade de a filial ter crescimento. "As famílias estão consumindo mais. E as empresas precisam responder a isso com mais produção. Então, na verdade, parte desses empréstimos pode ser para fortalecer financeiramente as empresas no sentido de elas possibilitarem o crescimento da sua produção no mercado interno", analisou.