Exportações brasileiras batem recorde histórico em junho, anuncia Furlan

30/06/2005 - 16h01

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - No mês de junho as exportações brasileiras bateram recorde histórico, ultrapassando a marca dos US$ 10 bilhões. O superávit mensal, pela primeira vez na história do país, ultrapassou os US$ 4 bilhões. Os números, que serão divulgados oficialmente amanhã (1), foram anunciados nesta tarde pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em São Paulo.

Com o resultado positivo, o governo manterá a meta de US$ 112 bilhões – o acumulado dos últimos 12 meses chega a US$ 106 bilhões. Para isso, no entanto, Furlan destacou que será preciso manter, no segundo semestre, uma média mensal de cerca de US$ 10 bilhões – no segundo semestre de 2004, a média mensal de exportações foi de US$ 9 bilhões. "A velocidade de crescimento é diferente e temos, no segundo semestre, um desafio muito maior do que no primeiro", destacou.

O ministro manifestou preocupação com a taxa de câmbio, pois ontem o dólar atingiu seu nível mais baixo dos últimos 30 meses. Furlan afirmou que conversou, na noite de ontem, por telefone, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Moeda forte é uma boa notícia para o país, pois representa credibilidade dos investidores. Mas, ao mesmo tempo, é uma preocupação para a produção nacional e os exportadores".

Segundo Furlan, o impacto da taxa de câmbio preocupa, especialmente, os segmentos de mão-de-obra intensiva. "Nos preocupa o caso já conhecido de calçados, que vem tendo perda de postos de trabalho importantes, e alguns outros setores que potencialmente podem ser obrigados a reduzir a produção".

O ministro disse que fará uma análise setorial, em reunião nesta sexta-feira no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em São Paulo, para avaliar o desempenho e o impacto da valorização do real em todos os segmentos da atividade exportadora. "Estamos analisando de que forma poderíamos estimular setores que estão sofrendo mais". O ministro participou da posse da diretoria 2005/2207 da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), na sede da Bovespa.