Ivan Richard e Diego Freire
Da Agência Brasil

Brasília - Trinta alunos de uma escola pública da periferia de Brasília entregaram hoje (30), na Embaixada do Reino Unido, dez bonecos, simbolizando pessoas que não tiveram acesso à educação, e 150 mensagens dirigidas ao G-8 (grupo dos sete países mais industrializados, mais a Rússia), que vai se reunir de 6 a 8 de julho em Gleneagles, na Escócia. Nas mensagens, as crianças pedem mais atenção do G-8 à educação nos países em desenvolvimento. O ato faz parte da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Participam da campanha 200 organizações e fóruns da sociedade civil brasileira que atuam em conjunto por uma educação pública de qualidade. "Ela é uma rede de pressão política para que as transformações na educação ocorram de forma mais rápida", disse a coordenadora geral do programa, Denise Carreira. Manifestações semelhantes estão sendo realizadas simultaneamente em 70 países, como parte da Campanha Global para a Educação.

Segundo Denise Carreira, o G-8 deve muitos recursos à educação pública. "Houve um compromisso de investimentos de US$ 5,4 bilhões, assinado em 2000, durante a Cúpula de Financiamento para o Desenvolvimento, em Monterrey, no México, dos quais apenas US$ 800 milhões foram disponibilizados", afirmou.

Outra reivindicação da campanha global é a anistia da dívida externa dos 50 países mais pobres do mundo. Até o momento, 18 países tiveram suas dívidas perdoadas. Na América do sul, apenas a Bolívia foi beneficiada.

A Embaixada do Reino Unido foi escolhida para a entrega dos bonecos porque a Escócia, um dos países que compõem o reino, será sede da reunião do G-8. Além disso, a partir de 1º de julho, o Reino Unido assume a presidência rotativa da União Européia. O segundo-secretário da embaixada e responsável pelas questões do G-8, Richard Barlow, garantiu que os bonecos serão entregues aos responsáveis pelo evento na Escócia.

A assessoria da embaixada informou que o Reino Unido tem intenção de colocar a questão da educação nos países em desenvolvimento na pauta de discussões da União Européia. Segundo a assessoria, o país também tem grande preocupação com as questões do desenvolvimento sustentável e social das nações pobres.