É preciso integrar norte ao sul do Brasil para o Mercosul avançar, diz coordenador do bloco

30/06/2005 - 11h06

Flávia Peixoto
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia

Belém - No 3º Encontro com o Mercosul, que discute como ampliar a integração econômico-social da Amazônia com o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, percebeu-se a necessidade, primeiro, de melhorar a integração da Amazônia com os outros estados do Brasil. Quem faz a avaliação é o o coordenador do setor dos Trabalhadores do Fórum Consultivo Econômico Social (FCES) do Mercosul, Valdir Vicente de Barros: "Não devemos criar o Merconorte, porque o norte do Brasil também faz parte do Brasil; temos que integrar o norte ao sul do Brasil para então conseguirmos integrá-lo ao Mercosul".

Segundo ele, é preciso aprimorar a estrutura portuária e rodoviária do norte brasileiro para possibilitar a ligação com o sul do país, onde está a fronteira com a Argentina, considerado o melhor mercado para as exportações brasileiras. .

A iniciativa do Encontro com o Mercosul é da Secretaria Geral da Presidência da República, que já realizou um encontro em Recife (PE), no mês de março, e em Salvador (BA), em maio. A intenção é marcar um quarto encontro em Campo Grande (MS) para conseguir contemplar as regiões norte, nordeste e centro-oeste, que estão mais isoladas da realidade do Mercosul. Segundo o assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência, Giorgio Romano, "não se pode esquecer que o Mercosul não é apenas um mercado comercial, mas também um elo para a inclusão social".

O Pará é hoje a 11º economia do Brasil e mais de um terço do produto interno paraense é voltado para a exportação. Conforme o vice-prefeito de Belém, Manoel Pioneiro, "a capital paraense quer ser mais do que a exportadora do açaí; Belém quer ser a grande metrópole da Amazônia e quer ter uma resposta positiva do Mercosul".

O 3º Encontro com o Mercosul se estende até as 17h30 de hoje, no auditório da Agência de Desenvolvimento da Amazônia.