Brasília, 30/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Central rebaixou sua previsão de 4% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Com base na queda do ritmo da atividade econômica na primeira metade de 2005, o diretor de Política Econômica Afonso Bevilaqua anunciou que a previsão para a soma das riquezas produzidas no país em 2005 é de 3,4%.
Ao divulgar o relatório trimestral (abril a junho) da inflação, Bevilaqua afirmou que o BC "é sempre conservador" em suas projeções, mas que a de crescimento do PIB está acima das estimativas do mercado por acreditar "na aceleração da atividade econômica a partir de agora". A previsão das instituições financeiras que avaliam semanalmente as tendências dos principais indicadores da economia está em 3%, na média, e a do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2,8%.
O diretor lembrou que o baixo ritmo da economia nos primeiros meses do ano levou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a registrar crescimento de 0,3% no PIB do primeiro trimestre, devido à queda de investimentos no período – depois de cinco trimestres seguidos de aumentos. Mas ressaltou que o resultado do segundo semestre poderá ser melhor, em função do "ótimo desempenho" do mercado de trabalho nos últimos meses, com criação de mais empregos.
O relatório mostra que de janeiro a junho houve queda do consumo no mercado doméstico, em intensidade maior do que a planejada pelo BC, quando iniciou o ajuste gradativo da taxa básica de juros (Selic), em setembro do ano passado, com aumento de 16% para os atuais 19,75% definidos em maio.
Destaca, porém, que a queda foi compensada pelo maior dinamismo das exportações, ao rever a meta do ano, de US$ 105 bilhões para US$ 108 bilhões, mantida a previsão de importações em US$ 78 bilhões – o saldo comercial é estimado em US$ 30 bilhões. A projeção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é de superávit em torno de US$ 35 bilhões.