Recife, 27/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - Estratégias para viabilizar uma melhor gestão dos recursos naturais, no âmbito federal, estão sendo definidas por diretores de 21 Centros Especializados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). Até quarta-feira, eles participam de reunião no Centro de Mamíferos Aquáticos, em Itamaracá, na região metropolitana de Recife.
Durante o encontro foi lançado um vídeo institucional de 18 minutos, produzido pela Fundação Mamíferos Aquáticos, do Rio de Janeiro, com investimento de R$ 32 mil, da Petrobras, a ser veiculado nas unidades estaduais do Ibama. O presidente do Instituto, Marcus Barros, explicou que o audiovisual, em homenagem aos 25 anos do Projeto Peixe Boi visa conseguir a adesão das comunidades das áreas de maior concentração dos mamíferos aquáticos, a fim de preservar uma das espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil.
Entre as atividades desenvolvidas pelos centros estão a conservação de aves silvestres, manejo de mamíferos aquáticos e carnívoros, exploração sustentável dos recursos pesqueiros e pesquisas com plantas medicinais. Segundo o presidente dos Centros Especializados, Marcus Vinícius Alves, o objetivo da reunião é dar mais agilidade às ações em benefício do desenvolvimento sustentável.
Na abertura da reunião também foi lançado um manual técnico para auxiliar profissionais de várias instituições de ensino e pesquisa no resgate de mamíferos aquáticos encalhados.
O chefe do Centro de Mamíferos Aquáticos de Pernambuco, Regis Lima, afirmou que o número de encalhes de filhotes de peixe-boi vem aumentando. "Há 14 anos a média era de até dois peixes encalhados por ano, mas hoje chega a quatro. Isso indica que estão ocorrendo problemas nos estuários, onde as fêmeas precisam entrar para dar à luz", disse. Segundo Lima, isso acarreta uma demanda extra para atendimento aos animais, no Centro de Itamaracá, onde eles são reabilitados durante dois anos, antes da reintrodução no mar.
Atualmente existem 26 desses animais no Centro de Mamíferos Aquáticos de Pernambuco e 14 deles estarão em condições de voltar ao habitat natural nos próximos dois anos.