Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma colaboração à agenda política do país. Assim o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), definiu o encontro que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador mineiro esteve hoje (27) no Palácio do Planalto, segundo ele, a convite do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, com quem conversou sobre projetos de interesse de seu estado.
Aécio Neves relatou que ele e o presidente trataram da importância de se votar a reforma política e também a reforma tributária. "O presidente está fazendo um esforço de ampliar sua base de apoio. O que me dispus a fazer é ajudar para ampliar a agenda do Congresso, para que a reforma política e a reforma tributária recebam estímulo novo por parte do governo. Em especial a tributária, já que a política vem sendo discutida no Congresso Nacional", disse. Aécio contou ainda que o presidente Lula estava sereno e falou de sua confiança na apuração das denúncias envolvendo o meio político, nos foros adequados.
O governador disse que sugeriu à Lula e ao ministro Palocci que o governo volte a conversar com os governadores para fechar um texto sobre a reforma tributária. "Criando, inclusive, uma forma definitiva de compensação dos estados exportadores, algo que não vem ocorrendo satisfatoriamente", relatou. Aécio afirmou que Palocci se dispôs a negociar a reforma tributária novamente com os governadores. De qualquer forma, o governador estima que a parte consensual do tema entrará em votação ainda no início de agosto, quando os parlamentares voltam do recesso.
Questionado se o PSDB foi convidado a fazer parte de ministério, o governador de Minas Gerais respondeu: "O PSDB é oposição". Aécio fez questão de ressaltar, no entanto, que seu partido não está interessado em alimentar a crise e que quer contribuir para a governabilidade. "Foi uma conversa de políticos. Acho que foi uma conversa produtiva", avaliou.
O governador disse também que o PSDB tem dado demonstrações de que não "aposta" na crise e que o partido tem uma responsabilidade nesse processo, ainda mais por ter governado o país anteriormente. "Não queremos que o Brasil interrompa o processo, o ciclo de crescimento. Ao mesmo tempo, achamos fundamental que apurações sejam feitas, essa é uma demanda da sociedade", afirmou. Para o governador, seu encontro com o presidente Lula demonstra que os interesses do país estão acima de questões política e eleitorais.