Thomaz Bastos diz que instituições públicas atuam no combate à corrupção

27/06/2005 - 19h15

Brasília, 27/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu hoje dos ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, um relato sobre as providências que estão sendo tomadas para o combate à corrupção no país. O ministro da Justiça disse ter falado sobre o funcionamento das instituições públicas que estão funcionando ativamente nessa luta contra a corrupção. "Eu narrei a ele que as instituições no Brasil estão funcionando, porque o Brasil tem que deixar de ser um país de leis e se transformar num país de instituições. Só assim a gente vai combater a corrupção no Brasil", afirmou.

Segundo Thomaz Bastos, o combate à corrupção é uma prática do governo Lula e não começou agora, após as denúncias de supostas irregularidades em contratos firmados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O ministro citou como exemplo a determinação implementada em 2003, que obriga o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda a ter conhecimento de todos os saques bancários realizados no país em quantias superiores a R$ 100 mil. "O que eu posso dizer é que o nosso combate à corrupção vem lá de trás. O exemplo é isso, essa medida que impediu que se fizessem saques de R$ 100 mil ou mais sem comunicação à autoridade competente", ressaltou.

Thomaz Bastos elogiou as investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Federal sobre as denúncias nos Correios: "A Polícia Federal está com o seu orçamento dobrado, livre para investigar, sem perseguir e sem proteger". Atualmente, segundo ele, estão em curso três diferentes investigações na Polícia Federal para apurar as supostas irregularidades: um inquérito no Rio de Janeiro que investiga o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); outro em Brasília, que investiga os Correios; e um terceiro em Minas Gerais, para investigar denúncias reveladas pela ex-secretária do publicitário Marcos Valério de Souza, Fernanda Karina Somaggio.

O empresário Marcos Valério foi citado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como o suposto responsável pelo pagamento de mesadas a parlamentares do PP e do PL, em troca de apoio ao governo federal no Congresso. Segundo Márcio Thomaz Bastos, as investigações da Polícia Federal "estão avançando, são feitas com planejamento, inteligência e calma para não haver precipitação".

Além da reunião com o presidente Lula, o ministro Márcio Thomaz Bastos se encontrou hoje com o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). O motivo formal do encontro, segundo Chinaglia, foi discutir a tramitação do projeto de decreto legislativo que autoriza a realização de referendo sobre a venda de armas de fogo no pais.

O líder do governo ressaltou, no entanto, que aproveitou a visita do ministro para trocar informações sobre as investigações da Polícia Federal en relação às supostas irregularidades nos Correios. "Para nós é importante saber o que o Executivo está fazendo, por meio do Ministério da Justiça, até porque isso confirma o trabalho de investigação que vem sendo feito. Todos nós percebemos a necessidade de uma relação mais próxima da base aliada com o governo. Ele me fez perguntas e fizemos uma análise, não tendo como objetivo melhorar a defesa ou o ataque do governo", disse Chinaglia.