Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), disse hoje (27) que "o que interessa ao governo é a governabilidade, e essa o PMDB está se comprometendo a dar em qualquer hipótese". Segundo Temer, desde sexta-feira (24), quando se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recebeu o convite para o PMDB ampliar sua participação no governo, tem recebido inúmeras manifestações contrárias a essa possibilidade. "Vários setores no partido dizem que não é preciso entrar no governo para garantir a governabilidadeno", informou, acrescentando que todos querem a governabilidade e a tranqüilidade institucional.
"Ninguém quer inviabilizar o governo, porque inviabilizar o governo é gerar insegurança social e isso não é útil para o país", ressaltou Temer. O PMDB, segundo ele, tem deveres perante o povo brasileiro e não vai incentivar nenhuma espécie de crise. "Ao contrário, vai tentar apagá-la, mas, ao mesmo tempo, não participará fisicamente do governo".
Temer informou que os diretórios de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Tocantins, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul manifestaram-se contra a entrada do partido no governo. E que caberá às lideranças do PMDB decidir como deverá ser tomada a decisão, se pela convenção nacional ou pelo conselho nacional do partido.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que tem conversado com parlamentares do PMDB e percebido boa vontade com a proposta do presidente Lula. "Eu percebo entre os deputados do PMDB, mesmo aqueles que nos últimos tempos não são caracterizados como da base do governo, que há uma boa vontade frente ao chamamento que o presidente fez. Até porque o chamamento é apenas visando interesse do país, sem nenhum vínculo eleitoral, sem nenhum compromisso para 2006", disse o deputado.
De acordo com Chinaglia, parlamentares peemedebistas têm afirmado que não é necessário aumentar a participação do partido no primeiro escalão do governo em troca da governabilidade. "Parlamentares do PMDB têm comentado que não é necessário inclusive aumentar a participação do PMDB no governo", disse ele.