Brasília, 27/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - A partir de quinta-feira (30), representantes da sociedade civil brasileira se reunirão na 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, com o objetivo de discutir e encaminhar políticas para a solução de questões relacionadas as desigualdades étnicas que envolvem negros, indígenas, ciganos, árabes, palestinos e judeus.
O encontro, que vai até o dia 2 de julho, tem por objetivo construir o Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que contemplará políticas referentes a questões de gênero, cultura e religião, com base na análise de prioridades de ações a serem executadas pelo governo federal.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas das Mulheres, Nilcéia Freire, disse acreditar que essa conferência reflete a vontade do governo brasileiro em promover a igualdade racial no país. "Nós temos avançado bastante no combate à discriminação e ao racismo, mas as bases históricas dessa discriminação estão longe de ser eliminadas ou desconstruídas. Esse encontro reafirma o compromisso do governo brasileiro e, mais do que isso, do Estado brasileiro no combate à discriminação e à desigualdade baseada em raça".
Nilcéia lembrou que, apesar de o Brasil ter avançado no combate ao racismo, a discussão e implementação de políticas especificas é fundamental. "O governo tem trabalhado no sentido de implementar políticas públicas que permitam aos indivíduos e cidadãos lutar contra a discriminação racial na sociedade"
Para a assessora sênior de economia do Fundo das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), Yassine Fall, o encontro funcionará como um tipo de consulta pública, no qual os principais agentes poderão opinar. "Essa conferência permitirá às mulheres negras e pobres expressarem as suas necessidades. Dessa forma, será possível integrar várias referências, tanto em relação aos direitos humanos como em relação à cidadania", disse.
Com o tema central Estado e Sociedade Promovendo a Igualdade Racial, a conferência reunirá mais de mil delegados eleitos em todos os estados e em consultas entre indígenas e quilombolas. Do total de delegados, 60% representam a sociedade civil e os 40% restantes, gestores federais, estaduais e municipais.