Policiais rodoviários detidos no Amazonas representam um terço do efetivo estadual

27/06/2005 - 16h34

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - A Operação Mercúrio, deflagrada hoje nesta capital, que envolveu 60 agentes da Polícia Rodoviária Federal e 245 da Polícia Federal, prendeu temporariamente um terço (18 policiais) do efetivo da PRF no Amazonas. Todos eles são acusados de participar de um esquema de cobrança de propinas e foram indiciados por formação de quadrilha, extorsão qualificada e corrupção passiva.

"Desde o fim de 2003, é a grande sexta operação desse porte no Brasil. Ao todo, aproximadamente 100 policiais rodoviários federais foram presos. Destes, 40 foram exonerados no ano passado e outros 17 neste ano", informou o corregedor-geral da PRF, Marcelo Gladson Pires. As outras operações foram realizadas em Foz do Iguaçu (PR), Rio de Janeiro, Teresina, Campo Grande e Goiânia.

Marcelo Pires disse que, assim que retornar a Brasília, abrirá processo administrativo-disciplinar contra os 18 acusados. "Todos eles já estão afastados de seu cargo, porque o crime do qual estão sendo acusados é grave. Mas ainda é cedo para dizer se sairão da polícia", afirmou.

O inquérito policial que deu origem à Operação Mercúrio foi aberto em 2002, a partir de uma denúncia anônima recebida pelo Ministério Público Federal. "Na ocasião, por causa das investigações, o então chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização do Amazonas, Signeide Alves, foi exonerado de sua função de confiança", lembrou o corregedor.

Signeide, porém, não foi indiciado por crime algum e continua na Polícia Rodoviária Federal "Ele foi transferido para outro estado, se não me engano, para o Rio Grande do Norte", completou Pires. Ele disse ainda que os outros polícias rodoviários envolvidos no esquema de corrupção continuaram trabalhando – e extorquindo – normalmente, porque não havia provas contundentes contra eles.