Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A manifestação que os produtores de grãos vão fazer na quarta feira em Brasília "não é intempestiva, pois o governo federal vem sendo alertado desde o início do último plantio de que, se não houvesse medida paliativa os prejuízos iam ser grandes nessa safra", segundo o presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Leo Brito. Os efeitos dos juros altos e a defasagem do câmbio, segundo ele, foram agravados por problemas climáticos nos estados produtores de grãos e infelizmente o governo não teria adotado medidas compensatórias.

"Estamos inadimplentes e a manifestação dos produtores é espontânea, não foi organizada pelas federações", disse Leo Brito. "O crédito oficial está escasso, os produtores devem muito e se não pagarem não vão ter crédito privado".

O presidente da Federação sugere que sejam utilizados recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), em favor da área de produção de grãos e lembra que o setor demitiu nos últimos dois meses 32 mil trabalhadores. Outra dificuldade segundo ele, é a burocracia que não permite importar insumos a preços competitivos.

Os produtores querem que o governo arque com 50% do seguro rural que já teve lei aprovada para isso no ano passado. "A concentração que existe entre os compradores e aqueles que vendem os insumos é muito ruim para os produtores, por isso é uma razão forte para que o governo tome uma medida".

Os agricultores querem também a liberação de licenças para inovação tecnológica para que possam competir com os países vizinhos segundo o presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul.