Ações da missão de paz vão crescer no período que antecede eleições no Haiti, avalia Celso Amorim

27/06/2005 - 6h07

Nelson Motta
Enviado Especial

Bogotá – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avalia que o trabalho da missão de paz no Haiti (Minustah) vai ser ampliado com a realização de eleições este ano. "No Haiti existem muitas forças, há os antigos militares, os setores mais radicais, servidores do ex-presidente Jean-Aristide, e as ações contra a força de paz tem aumentado. Isso aumenta o risco e as nossas ações também tendem a aumentar à medida que se aproximam as eleições". Sob o comando do Brasil, 6 mil militares integram força de paz da Organização das Nações Unidas naquele país.

Para Amorim, o Brasil deverá enfrentar "meses críticos" no período que antecede a eleição no Haiti, prevista para acontecer no final deste ano. "As eleições serão passos importantes. Não sei se serão passos definitivos, mas serão importantes para a normalização daquele país".

O ministro destacou ainda que o Brasil aguarda a liberação dos recursos internacionais destinados à reconstrução daquele país. Amorim diz que o Brasil cumpre um papel importante ao liderar a missão de paz. "Não para interferir na política interna, mas para tentar ajudar, para tentar atrair ajuda internacional, que está vindo. Não está vindo na proporção que a gente deseja, mas está vindo". Em julho do ano passado, foi criado o Fundo Internacional para a Reconstrução do Haiti, com a estimativa de arrecadar US$ 1 bilhão de países doadores, mas o dinheiro ainda não foi investido no país.

Amorim está em Bogotá, na Colômbia, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele participa hoje (27) da abertura do 2º Encontro Empresarial Brasil – Colômbia, Comércio e Investimentos, com a participação de mais de oitenta empresários brasileiros.