Nos últimos dez anos, Brasil teve crescimento menor que a média sul-americana

24/06/2005 - 16h07

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A taxa média de crescimento econômico do Brasil, de 1994 a 2004, é de 2,8% ao ano – ligeiramente abaixo da média da América Latina e Caribe no mesmo período. A comparação foi feita pela agência Moody’s e distribuída a seus assinantes na semana passada.

A nota da agência norte-americana diz que as reformas adotadas pelo governo brasileiro, a partir do Plano Real, não surtiram até agora os resultados esperados, embora as condições de vida no país sejam "certamente melhores" que nos anos 80, quando alguns dos problemas pendentes foram criados.

A transcrição do texto da Moody’s, feita pelo Tesouro Nacional e distribuída hoje à imprensa, ressalta a capacidade brasileira para superação dos choques econômicos internacionais, sem que o país perca a orientação política. Mas ressalta que a resposta empresarial tem sido tímida, apesar do crescimento da produtividade e da competitividade externa.

O documento destaca a eficácia da Lei de Responsabilidade Fiscal, a redução da relação da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com menor comprometimento hoje das riquezas produzidas no país.

Em contrapartida, ressalta o impacto negativo das altas taxas de juros reais de 13%, e fala da necessidade de maior alongamento da dívida, cujo prazo médio de vencimento está em 21,1 meses, contra 29,4 meses no final de 2001, ou os 24,5 meses no fim de 2003.

A realização mais notável do Brasil, nos últimos anos, de acordo com a agência norte-americana, foi sem dúvida o ajuste das contas externas, com o país saindo de um saldo negativo de conta corrente (transações financeiras e comerciais) de US$ 34,1 bilhões, em outubro de 1998, para um superávit (saldo positivo) de US$ 14,2 bilhões em abril último.