Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, informou hoje, nesta capital, que o governo estuda uma nova lista de máquinas e equipamentos que serão desonerados do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
"Estamos dialogando há muitas semanas com a equipe do ministro (da Fazenda) Antonio Palocci para a inclusão de máquinas e equipamentos que não entraram na lista anterior para desoneração. E seria feita uma desoneração de uma vez só", disse o ministro.
Segundo Furlan, no caso de equipamentos industriais, deverão ter desoneração equipamentos como bombas d’água, importantes para a indústria petroquímica e a agricultura, e máquinas de lavar roupa industriais, para a indústria têxtil e de confecções. "No campo de máquinas agrícolas, há uma variedade de tratores que não estão incluídos, têm IPI de 5%", acrescentou.
O ministro comentou, também, que o câmbio já está afetando as exportações, mas de forma setorial. Na divulgação dos dados de exportação do primeiro semestre, segundo o ministro, o impacto deverá ser detalhado setor por setor.
"Há alguns segmentos que estão reagindo positivamente, com a capacidade de aumentar preços e reduzir alguns tipos de custos, e há outros que estão concretamente reduzindo a sua produção, inclusive com dispensa de trabalhadores", alertou Furlan. "No balanço do primeiro semestre, que faremos logo no início de julho, teremos detalhes mais concretos".
Se o câmbio preocupa, Furlan minimizou o impacto da crise do petróleo para a indústria brasileira. "Acredito que o reflexo da crise do petróleo seja bastante atenuado, porque nós estamos hoje muito próximos da independência em relação ao petróleo importado. Já tivemos, no mês de maio, em vários dias, uma produção brasileira semelhante ao consumo e, ao mesmo tempo, temos os biocombustíveis, principalmente o etanol", afirmou.
O ministro participou do 4° Congresso Brasileiro de Agribusiness, promovido pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag). Hoje, durante o evento, foram assinados os Novos Padrões de Identidade e Qualidade e o Sistema de Certificação da Cachaça Brasileira, pelos ministros Furlan e Roberto Rodrigues (Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
"Isso (os padrões e a certificação) cria valor para o Brasil, cria emprego, gera renda e, ao mesmo tempo, dá a identidade para o Brasil de um produto de qualidade", explicou Furlan. "O ponto é esse: queremos dar um embasamento legal (à cachaça), de qualidade e garantia, porque assim nós vamos criar valor para nós e para os consumidores".