Investimento em inovação tecnológica cai entre 2001 e 2003

24/06/2005 - 12h54

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – A indústria brasileira tem se preocupado mais com a inovação tecnológica de seus equipamentos e produtos. De 2001 para 2003, a taxa de inovação passou de 31,5% para 33,5% e os setores com os maiores percentuais foram de fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática, de material eletrônico e também de fabricação de automóveis, utilitários, caminhões e ônibus. Os dados são da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec) divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar deste crescimento, os gastos com inovações caíram de 3,8% em 2001 para 2,5% em 2003.

O presidente do Instituto, Eduardo Pereira Nunes, acredita que a retração nos gastos para a melhoria da qualidade de nossos produtos deveu-se ao momento econômico vivido pelo país no período investigado. "Na primeira edição da pesquisa, em 2000, a economia brasileira estava crescendo, enquanto que na segunda edição, a economia apresentava sinais de desaceleração. Observamos, ainda, que o perfil inovador das empresas continuou, pois a inovação tecnológica passou a fazer parte da estratégia competitiva das empresas, seja para buscar novos mercados no exterior ou para manter seus próprios clientes no mercado interno", explicou Nunes.

De um universo de 84.262 indústrias, 28 mil inovaram seus produtos ou processos de fabricação e destas, apenas 5,2 mil receberam apoio do governo para inovar. Em relação a 2000, o aumento foi de 16,9% para 18,7%. O presidente em exercício da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, Odilon Antônio Marcuzzo do Canto, atribui o baixo percentual à falta de cultura do empresário em investir em pesquisa e desenvolvimento associada à falta de políticas públicas adequadas.

"O governo vem trabalhando para debelar estes fatores. Hoje, a estrutura econômica mais sólida e também o mercado mais competitivo estimulam o empresário a buscar uma modernização de seus produtos e equipamentos. Além disso, temos uma lei de incentivos fiscais mais adequada para incentivar as empresas a trabalhar a questão da inovação", acrescentou Marcuzzo, enfatizando que o governo está criando mecanismos para aumentar a verba destinada ao financiamento de estudos e projetos, tanto para os não reembolsáveis quanto para os investimentos com retorno.

A pesquisa do IBGE mostra, ainda, que a internet e as empresas de consultoria são as formas mais usadas pelas indústrias como fonte de informação. Em relação a 2000, o uso da internet passou de 33,1% para 46% das indústrias e as empresas de consultoria tiveram crescimento de 10,8% para 13,1% no mesmo período.