Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu a concessão do empréstimo de R$ 228 milhões a Schincariol até que a situação da empresa seja investigada pela Polícia Federal. A decisão foi tomada pela diretoria do banco nessa quarta-feira (22), segundo informou a assessoria de imprensa do BNDES. O contrato que garantia o empréstimo a Schin foi assinado em abril. Na época, a empresa recebeu uma pequena parcela do dinheiro.

Em comunicado à imprensa divulgado hoje (24), o grupo Schincariol atribui a suspensão do empréstimo à Operação Cevada, realizada em conjunto pela Policia Federal e pela Receita Federal no último dia 15. Na nota, o grupo diz que durante a prisão, funcionários e diretores da empresa de bebidas foram expostos "a execração pública" sem qualquer prova de culpa. "Essas atitudes irresponsáveis, que mancham a imagem da empresa, poderão prejudicar futuramente a contratação de novos financiamentos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acarretando com isso uma paralisação no projeto de crescimento, como a abertura de novas fábricas e geração de empregos".

A empresa Schincariol é acusada de sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção. A estimativa é de que mais de R$ 1 bilhão possam ter sido sonegados pelo grupo nos últimos cinco anos.

A investigação, que culminou na prisão de 68 pessoas, começou há dois anos com denúncias anônimas recebidas pela Receita Federal e operações realizadas em postos fiscais. Entre os presos, estão membros da diretoria da empresa como Adriano Schincariol, Alexandre Schincariol, Gilberto Schincariol, Gilberto Schincariol Júnior e José Augusto Schincariol.

À meia-noite de hoje (24), 66 acusados de participarem do esquema de fraude da empresa serão liberados, depois de ficarem 10 presos na sede da Polícia Federal em São Paulo.