Polícia Federal vai enviar à CPI dos Correios o que apurou em suas investigações

17/06/2005 - 11h09

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Até o final do dia, a Polícia Federal deve encaminhar cópia do inquérito das investigações do suposto esquema de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios no Congresso Nacional.

Um grupo de 12 representantes da Polícia Federal, da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU) já está trabalhando na CPMI. O grupo conta, também, com um advogado criminalista e um assistente comercial para auxiliar os parlamentares nas investigações.

Na Polícia Federal, o prazo para envio ao Ministério Público do relatório das investigações termina hoje (17), mas o delegado responsável pelo caso, Luiz Flávio Zampronha, pedirá formalmente à Justiça Federal a prorrogação do prazo por mais 90 dias.

Na última quarta-feira, a PF encerrou a primeira parte das investigações. A Polícia concluiu que o mandante da fita que mostra o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho recebendo R$ 3 mil em propina é o empresário Arthur Washeck Neto.

Washeck disse que gravou a fita por motivos comerciais e não políticos. Ele é dono da Comercial Alvorada de Manufaturados (Comam), empresa que fornecia material de saúde e informática para os Correios. Washeck afirmou que resolveu denunciar o esquema de corrupção porque se sentia prejudicado por supostas fraudes nas licitações da empresa.

Agora, a Polícia Federal passa para uma fase de análise dos contratos dos correios. Tanto a polícia quanto a Controladoria-Geral da União (CGU) analisam 600 contratos feitos nos últimos dois anos pelos Correios. O objetivo é apurar possíveis fraudes nos contratos.

Ontem, José Fortuna Neves, ex-agente do Serviço nacional de informações (SNI) prestou o segundo depoimento à Polícia Federal. No depoimento, disse que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigava os Correios a pedido da Casa Civil.

O deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, também será ouvido pela PF. Por ter foro privilegiado, Jefferson poderá escolher a data e o local da oitiva.