Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Quinze dos 24 países da América Latina e do Caribe já conseguiram diminuir a desnutrição e a região avançou no combate à fome, na melhoria de acesso à água potável e na equidade de gêneros na educação, mas continua atrasada na redução da pobreza extrema, na universalização do ensino fundamental e na preservação ambiental.
Essas são conclusões do documento Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: um olhar da América Latina e do Caribe, lançado ontem (16) no Brasil. Elaborado por 12 agências da Organização das Nações Unidas (ONU), com coordenação da Comissão Econômica para América Latina (Cepal), a publicação avalia os avanços e retrocesos da região rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
O relatório aponta que a média de mortalidade entre crianças menores de 5 anos foi reduzida na América Latina e Caribe de 56 mortes para cada mil nascidas vivas para 33, desde 1990 a 2003. Entre os menores de um ano também ouve redução de 43 para 25 mortes. No que diz respeito ao meio ambiente a situação é descrita como preocupante. "É particularmente preocupante a perda de matas e da biodiversidade, a poluição do ar e o crescimento das favelas na cidade", aponta o relatório.
"O crescimento econômico é fundamental para que se avance na política social", afirma a secretaria executiva da Cepal, Alicia Barcea. Ela ressalta que essa é uma estimativa média já que os países da América Latina e Caribe tem diferenças econômicas e sociais que determinam crescimentos distintos. "Porém, esse crescimento deve vir acomapanhado de distruibuição de renda. A secretaria executiva da Cepal afirma que melhorar as condições sociais da região passa por fatores como investir em infra-estrutura e estabelecer um pacto de coesão social entre os países para que se empenhem no alcance da metas. Ela destaca que para o desenvolvimento social também são importantes questões que não estão no foco dos ODM. "Há aspectos que não são contemplados pelos ODM e que no entanto são importantes para o desenvolvimento da região como o emprego e a estabilidade democrática".
Os ODM foram adotados em 2000 pelos governos de 189 países, incluindo o Brasil, como um compromisso para diminuir a desigualdade e melhorar o desenvolvimento humano no mundo. Os oito objetivos propostos que devem ser cumpridos até 2015 são: erradicar a extrema pobreza e a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.