Delegada aguarda decisão sobre liberação de provas de concurso em Mato Grosso

17/06/2005 - 12h12

Brasília, 17/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - A delegada Maria Alice Amorim, da Delegacia Especializada de Polícia Fazendária e Administração Pública de Mato Grosso, aguarda hoje, em Brasília, a decisão da 12a. Vara Federal de Justiça que poderá autorizar a liberação das provas do concurso para fiscal tributário da Secretaria de Fazenda do estado, realizado em 2002.

Segundo a delegada, há fortes indícios de fraude na seleção, cujas provas foram elaboradas pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília (UnB). Maria Alice disse que muitos candidatos marcaram exatamente as mesmas alternativas do gabarito, mas descartou qualquer coincidência entre os resultados idênticos.

O mato-grossense Hélio Ortiz, acusado de liderar a quadrilha de fraudadores, chegou a receber de cada candidato aprovado pelo esquema fraudulento quantias entre R$ 20 mil e R$ 80 mil. Pelo menos 10 servidores da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso serão investigados. A convocação recente desses aprovados chamou a atenção da Polícia Civil do estado, já que parte dos valores das propinas começou a aparecer em conta bancária da filha de Ortiz, Caroline Garcia Ortiz.

Hélio Ortiz também prestou o concurso, foi aprovado, mas não tomou posse. Foi o que alegou em sua defesa, durante depoimento, ontem (16), à delegada Maria Alice Amorim, na Polícia Civil, em Brasília, afirmando que passou nas provas por meios lícitos.

Ele foi o único depoente que prestou informações à polícia. Sua mulher, Edna, além de Fernando Leonardo (ex-funcionário da gráfica do Cespe) e Carlimi Argenta (colaboradora próxima de Fernando) valeram-se do direito de responder às acusações somente em juízo, permanecendo calados durante os depoimentos, que só terminaram no início da noite passada.