Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Departamento Econômico do Banco Central registrou aumento do "spread" bancário (diferença entre as taxas de juros que os bancos pagam para captar recursos e a taxa que cobram para emprestá-los), que evoluiu de 28,8% para 29% em média, e continua entre os maiores do mundo. Manteve-se em 13,7% para pessoas jurídicas, e cresceu de 45,3% para 45,4% nas operações com pessoas físicas, em que pese o recuo da inadimplência para 12,3% (pessoas físicas).
Em 2003, o país disputava com o Paraguai o título de campeão dos spreads altos. Segundo estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), baseado em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil estava em primeiro lugar, com um spread de 43,7 pontos percentuais ao ano - o maior entre 102 países pesquisados. De acordo com o cálculo do Banco Central, o spread à época seria de 31,9 pontos e o Brasil estaria em segundo, perdendo o lugar no topo do ranking para o Paraguai (37,6 pontos percentuais).
De acordo com o relatório de abril do BC sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, distribuído hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, as taxas de juros do cheque especial subiram de 146,1% para 147,6%; o crédito pessoal foi de 74,4% para 75%; e nos financiamentos para aquisição de veículos aumentou de 36,7% para 37%, em linha com os juros de empréstimos em consignação, que diminuíram de 37,1% para 36,5%. Redução registrada, também, na compra de outros bens – eletroeletrônicos em geral – de 62,4% para 57,7%.
Apesar do aumento dos juros, houve o volume das operações de crédito no sistema financeiro cresceu 1,7% em relação a março e atingiu R$ 515,4 bilhões, ou 27% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas geradas no país.
O crescimento das operações de crédito nos últimos 12 meses foi de 20,5% - reflexo dos financiamentos contratados com recursos livres. Houve aumento substancial das operações com pessoas físicas, em decorrência, principalmente, dos empréstimos consignados em folha de pagamento, que atingiram R$ 16,5 bilhões, com expansão de 6,7% no mês.
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