Governo e oposição têm até meia-noite para definir criação da CPMI dos Correios

25/05/2005 - 14h16

Luciana Vasconcelos e Christiane Peres
Da Agência Brasil

Brasília - As bancadas governista e de oposição têm até a meia-noite de hoje (25) para definir a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar denúncias de corrupção nos Correios. Durante sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado realizada hoje (25), foi lido o requerimento para a criação da comissão.

O documento contém a assinatura de 254 deputados e 51 senadores. Se o governo quiser impedir a criação da CPMI, tem até a meia-noite para retirar os nomes. Para instalar uma CPMI, são necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores. Mesmo se for criada, o início dos trabalhos da comissão ainda depende da indicação de integrantes pelos partidos. Os líderes terão 30 dias para indicar 15 senadores e 15 deputados.

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que vai tentar impedir durante todo o dia a criação da CPMI. "Nós entregaremos a retirada, se as assinaturas de requerimento forem suficientes para a não instalação da CPMI. Porque há deputados, inclusive de oposição, que deixaram procuração assinada, porém, com essa condição, ou seja, se as assinaturas forem decisivas para a não instalação nós estamos autorizados a apresentar".

A oposição também afirma que vai trabalhar para garantir a CPMI. O deputado Rodrigo Maia disse que ainda guarda nomes para acrescentar ao requerimento. O líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), afirmou que a comissão não vai colocar em risco a governabilidade do país. "Quando o governo tenta impedir a constituição de uma CPI com mais de 250 assinaturas, quando precisava apenas de 171, é porque existe um problema grave nos Correios".

Durante a sessão, presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu serenidade aos parlamentares e disse que há excesso por todos os lados. "Até vocábulos e faixas são impróprios". A oposição mostrou, durante a sessão, uma faixa de protesto em que dizia ao Partido dos Trabalhadores: "Quem te viu, quem te vê!". A faixa trazia uma foto antiga do atual presidente do partido, José Genoino, e do deputado Miro Teixeira (PT-RJ) em que eles estavam na frente de um cartaz que dizia: "Roupa suja se lava em CPI".