Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma gravação em vídeo publicada pela imprensa no dia 15 de maio denunciou a suposta existência de corrupção envolvendo funcionários na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Na gravação, o diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, cita nomes de outras pessoas que estariam envolvidas no esquema de propina, entre eles o ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista, o assessor da Diretoria de Administração da estatal, Fernando Godoy, e o presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado Roberto Jefferson (RJ).
Após a denúncia, Maurício Marinho e Fernando Godoy foram dispensados de suas funções por determinação do Ministério das Comunicações. Já Antônio Osório pediu afastamento do cargo. Ele é filiado ao PTB há 20 anos e foi nomeado para o cargo pelo partido.
No dia 17 de maio, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar as denúncias. O delegado responsável pelo caso, Luiz Flávio Zampronha, já ouviu Maurício Marinho e o indiciou por crime de corrupção passiva e fraude em licitação. A pena para o crime de corrupção é de um a oito anos de prisão e para o de licitação fraudulenta, de dois a quatro anos. Durante o depoimento, Marinho afirmou que citou Roberto Jefferson porque queria demonstrar influência. Fernando Godoy e Antônio Osório prestaram depoimento à PF e não foram indiciados.
Os Correios também abriram sindicância interna para apurar as denúncias. Cinco funcionários da Inspetoria Geral, órgão de fiscalização da estatal, compõem a comissão, que tem 30 dias para concluir seus trabalhos, a partir da data em que foi instalada, no dia 16 de maio. O resultado da apuração será encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público, que desde a instauração do inquérito solicitou diversos documentos à empresa, como cópias de licitações e de registros de entrada e saída de pessoas na sede dos Correios.
Além disso, um grupo de trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU), formado por três fiscais acompanha a sindicância realizada pelos Correios. Uma auditoria especial também foi criada para acompanhar os contratos de licitação dos Correios desde 2001. O grupo tem 60 dias, a partir do dia 20 de maio, para concluir seus trabalhos.