Brasília, 23/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - A oposição reagiu às declarações do ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, de que estaria "abandonando a linha do diálogo, da negociação, do respeito à democracia, e adentrando pelo caminho perigoso da tentativa de desestabilizar um governo legitimamente eleito". Segundo o vice-líder do PSDB, Eduardo Paes (RJ), a oposição quer discutir a corrupção no governo: "Isso não tem nada a ver com golpismo".
Eduardo Paes afirmou que a oposição quer apurar as denúncias de corrupção nos Correios: "Os fatos mostram muito claramente que há um esquema de corrupção dentro dos Correios e que o esquema precisa ser apurado. O que me parece é que o governo teme que esse esquema esteja também em outras empresas estatais. Nós queremos desbaratar esse esquema de corrupção e não permitir que isso perdure no Brasil".
Para o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), "o Congresso decidiu fazer a CPMI". Ele acrescentou que "o governo e o ministro (Aldo Rebelo) são os únicos que não entenderam que a CPMI é um fato resolvido".
O líder da Minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), também criticou as declarações do ministro e afirmou que a oposição quer, com essa CPMI, apurar as denúncias de corrupção nos Correios. Negou que a intenção de antecipar o debate da sucessão presidencial ou de desestabilizar a democracia. "Combater a corrupção é defender a democracia. Proteger a corrupção é combater a democracia", disse Aleluia.