Rebelo acusa oposição de tentar desestabilizar o governo com CPMI dos Correios

23/05/2005 - 19h25

Brasília, 23/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, criticou hoje a oposição por abandonar o diálogo e o respeito à democracia para tentar desestabilizar o governo com a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar denúncias de corrupção nos Correios. "Vamos responder à oposição dizendo que nosso governo é de diálogo, é um governo tolerante, de negociação. Mas que a oposição não confunda tolerância com pusilanimidade, nem paciência com covardia", alertou.

Após reunião com o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Rebelo acusou
a oposição de antecipar a disputa presidencial e de desrespeitar a democracia. "Se a oposição não tem candidato para enfrentar as próximas eleições, respeite a democracia. Não tentem fazer essas correntes políticas o que fizeram com governos anteriores", afirmou o ministro, referindo-se a tentativas de golpe ocorridas desde o início da República, contra os presidentes Floriano Peixoto, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. "Nós não vamos aceitar esse tipo de jogo", disse Rebelo.

Ele criticou a oposição por tentar atingir o governo em questões como respeitabilidade e realizações. "Eu não estou me referindo à tentativa de instalação de CPI", disse o ministro, explicando que se referia a expressões e frases, como as usadas recentemente por um
ex-presidente para se referir ao governo Lula, naquilo que este tem de mais importante, "que é a respeitabilidade do governo, que é o combate à corrupção. Nenhum governo combateu tanto a corrupção como este. Nenhum conseguiu tanto êxito, tanto mérito".

Rebelo criticou também os parlamentares que assinaram o pedido de CPMI, lembrando que não é só a direita que usa tais instrumentos para desestabilizar os governos. "No Brasil, infelizmente, setores da esquerda, no caso de Jânio, do Juscelino, do João Goulart, também agiram da mesma forma e, da mesma forma, também é condenável", afirmou.

Deputado licenciado para ocupar o cargo de ministro, Rebelo disse que a decisão de assinar a CPMI é de cada um, mas destacou que, se estivesse no exercício do mandato, não teria assinado o requerimento. "Eu não assinaria essa CPMI e denunciaria qual é o objetivo, qual é a intenção da comissão".