Quadrilha que fraudava concursos tem ramificações no DF e em mais seis estados

23/05/2005 - 19h05

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A megaoperação desencadadeada ontem (22) pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), desbaratando uma quadrilha que fraudava concursos públicos, já encontrou indícios de que o crime organizado usava o grupo para infiltrar pessoas em setores estratégicos da administração pública. A informação foi dada pelo o diretor de Comunicação Social da PCDF, delegado Miguel Lucena Filho.

Segundo ele, além de agir no Distrito Federal, a quadrilha tinha ramificações nos estados do Pará, Piauí, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso. No caso do Rio de Janeiro, disse o delegado, as investigações mostram que "a quadrilha tem ligações perigosas, que não podem ser reveladas". Diante disso, será necessário um esforço conjunto das forças policiais, Ministério Público e Justiça para apurar até que ponto o crime organizado está infiltrando pessoas na administração pública, acrescentou.

"Pegamos o fio do novelo e vamos puxar até o fim", afirmou Miguel Lucena. Há pouco, foi preso em Goiânia o policial civil Marinho Coelho Moreira, que atuava na área de inteligência da polícia goiana. E continua foragido o secretário de Saúde de Valparaíso (GO), Bonaldo Barbosa de Souza. Bonaldo é major da PM e sua esposa foi beneficiada, em 2003, pela fraude no concurso para o Tribunal de Justiça do Ditrito Federal (TJDF), informou Lucena.

De acordo com o delegado, dos 23 membros da quadrilha, já foram presos 17. Lucena disse que o cabeça do grupo, Hélio Ortiz, funcionário do TJDF, deve ser preso ainda hoje.

Miguel Lucena informou que, dos 104 mandados de prisão expedidos pela Justiça, 74 já foram cumpridos - 64 em Brasília, um em Goiânia e nove em Mato Grosso. Além de membros da quadrilha, foram presas pessoas que compraram gabaritos de concursos públicos. A Polícia Federal ainda tem 18 mandados para cumprir e a Civil, 12.