Polícia Civil busca quadrilha que fraudava concursos públicos

23/05/2005 - 15h35

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Diretor do Departamento de Atividades Especiais da Polícia Civil do Distrito Federal, Celso Ferro, espera concluir em 10 dias o inquérito sobre o desbaratamento de uma quadrilha de fraudadores de concursos públicos. A maior parte da quadrilha atuava no Distrito Federal. Hoje, foram presas mais 16 pessoas acusadas de participaram das fraudes em, pelo menos, oito concursos públicos. A operação foi deflagrada neste domingo e, até o momento, 73 pessoas foram para a cadeia. Nove foram presos no Mato Grosso.

Em entrevista à Rádio Nacional, o delegado Celso Ferro informou que ainda existem 12 mandados de prisão para serem cumpridos dentro e fora do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil do DF, os fraudadores vendiam gabaritos de concursos ou a inclusão do nomes na lista de aprovados. "Ficou bastante evidente que nestes concursos públicos, a quadrilha atuou e conseguiu colocar as pessoas mediante fraude", afirmou Celso Ferro.

O delegado da Polícia Civil, que comanda as operações em todo o país, o grupo de fraudadores era comandado pelo técnico judiciário do Tribunal de Justiça do DF. Também estão envolvidos funcionários do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), oficiais da Polícia Militar de Brasília e de Goiás e policiais civis do Distrito Federal. "A investigação demonstrou que existem deficiências na realização dos concursos públicos não só pelo Cespe mas em outros institutos que atuam neste setor", avaliou o delegado.

O Cespe, que é vinculado à Universidade de Brasília (UnB), divulgou nota de esclarecimento hoje informando que a operação policial não atrapalhará a execução de concursos públicos já em andamento. "Há cerca de 45 dias, o Cespe, em conjunto com autoridades policiais federais, tomou conhecimento de possibilidade de fraude no concurso de ontem e, a partir dessas informações, adotou providências a fim de coibí-las, junto à Polícia Federal. O adiamento da aplicação das provas também permitiu que a Polícia Civil montasse a ação de aprisionamentos", diz a nota.