Brasileiros tornam-se empresários e produzem de mortadela a fibra ótica no Japão

23/05/2005 - 8h31

Spensy Pimentel
Enviado especial

Tóquio – Brasileiros que seguiram para o Japão como trabalhadores da indústria no início dos anos 90 estão se tornando empresários. A Câmara de Comércio Brasileira no Japão estima que já haja mais de 400 empresas montadas pelos dekasseguis.

"Isso inclui desde pequenos negócios, como botecos, salões de cabeleireiro e venda de roupas até consultorias, empresas de software, recursos humanos e até fábricas de alimentos como pães e mortadela", explica Ricardo Minoru Koike, diretor da Câmara, ele próprio dono de uma agência de recursos humanos – uma "empreiteira", como são conhecidas entre os brasileiros as empresas que subcontratam a mão de obra dos imigrantes para grandes indústrias. Koike também fabrica fibras óticas, em parceria com empresas japonesas.

"No começo, as pessoas vinham apenas para ganhar dinheiro e voltavam para o Brasil. Agora, estão abrindo empresas aqui mesmo – e também lá", afirma Koike. "As empresas que já alcançaram um porte maior, umas 20 ou 30, mais ou menos, já começam a despertar a atenção dos investidores japoneses", comemora.

Ele destaca ainda que a presença numerosa dos brasileiros está promovendo a "divulgação" dos produtos brasileiros por lá. Um dos eventos dos quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa no dia 28, em seu encontro com a comunidade brasileira em Nagoya, é uma feira de empresas formadas por dekasseguis.

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