Sem acordo com o governo, auditores do SUS mantêm greve

20/05/2005 - 18h29

Danielle Coimbra e Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – Os auditores do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), que estão em greve desde o dia 25 de abril, ainda não fizeram acordo com o governo. A presidente da União Nacional dos Auditores do Sistema Único de Saúde (Unasus), Jovita José Rosa, reuniu-se nesta manhã (20) com parlamentares de Goiânia (GO), pedindo que façam pressão para que o governo agilize as negociações. "Não houve até agora nenhum canal de negociação ou proposta por parte do governo", disse ela.

Segundo Jovita, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindprev) apóia a greve do Denasus. O diretor do Sindprevi da Bahia, Evilásio Pereira, diz que o sindicato tenta, ao lado dos servidores grevistas, negociar com o ministro da Saúde, Humberto Costa, para que as reivindicações sejam atendidas. "Colocamos faixas sinalizando a greve na unidade do Denasus da Bahia e estamos esperando uma resposta do governo", disse.

Os servidores reivindicam a criação da carreira de auditor em saúde – que só pode ser feita por meio de lei – e melhores salários. A maioria dos auditores tem nível superior, mas seus salários equivalem ao do nível médio, ou seja, cerca de R$ 2 mil mensais. Eles pedem que o aumento se aproxime dos R$ 4 mil. Segundo o diretor da Denasus, Paulo Sérgio Nunes, o Ministério da Saúde enviou um projeto de lei ao Ministério do Planejamento para que avalie a questão orçamentária da gratificação. "Pedimos também a criação de 600 novas vagas para realização de concurso público para recomposição do quadro", disse.

Nunes falou ainda que a Denasus deve discutir o projeto em uma reunião com o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Nelson Machado, a ser definida para a próxima semana.

A paralisação dos servidores do Denasus impede, por exemplo, atividades como a fiscalização do uso de dinheiro público na compra de medicamentos e equipamentos. "Quando não há fiscalização dos auditores, o risco de fraude é maior. É um processo que só traz prejuízos para o governo e para o estado", reforçou Nunes.