Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília –O Opportunity teria se recusado a seguir a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Vidigal, que devolveu a administração dos Fundos de Investimento de Ações (FIA) à Previ, segundo informou o sócio da Angra Partners Consultoria Empresarial e Participações, representante do Fundo Nacional- de Investidores Institucionais Fundo de Investimentos em Ações- e da Previ, André Rizzi.
Na noite da última terça-feira (17), o Banco Opportunity, empresa que encabeça a cadeia societária da Brasil Telecom, tinha conseguido uma liminar no Tribunal Regional Federal da 2ª Região que garantia o comando da FIA, decisão suspensa na manhã de hoje (18) pelo STF.
A recusa da Opportunity revoltou os acionistas da Angra Partners -administradora dos investimentos dos fundos de pensão nas teles. "Essa decisão do ministro foi comunicada na assembléia de hoje, mas os advogados do Opportunity se recusaram a ouvir a decisão do ministro e é por isso que nós estamos revoltados. O ministro do Supremo tomou uma decisão, de um parecer dando poderes a Angra Partners de voltar como representante do Fundo Nacional e essa decisão não foi acatada na Assembléia, a decisão simplesmente não foi ouvida", disse Rizzi. A assembléia, dirigida hoje pelo Opportunity, reúne investidores e acionistas da Brasil Telecom.
De acordo com Rizzi, representantes da Angra Consultoria foram impedidos de participar da reunião. Na entrada da Brasil Telecom, no Rio de Janeiro, eles tiveram que mostrar documentos e ainda assim não tiveram a entrada liberada. "A Assembléia conduzida pelo Opportunity ocorreu de forma absolutamente irregular. Nós, os representantes do Fundo Nacional e nossos advogados fomos deixados de fora, não pudemos entrar na assembléia". Eu como acionista e representante do Fundo Nacional não tive acesso à Assembléia. Eu não tenho a ata da Assembléia que ficou com o Opportunity; não nos entregaram nem mesmo uma cópia. Na prática eu não sei o que foi deliberado, o que é um absurdo".
O sócio da Angra Partners disse que os advogados do grupo estão adotando as medidas necessárias para anular as decisões tomadas durante essa assembléia. Para Rizzi, o Opportunity ultrapassou os limites "Eu nunca imaginaria que eles chegariam ao ponto de ignorar um ordem do ministro. Eu achava que na hora que nós chegássemos a esse nível eles iriam acatar. Eles iriam falar Ok. Não dá; não conseguimos inventar mais nenhuma artimanha. Mas eles inventaram. Eles simplesmente ignoraram a ordem do ministro", contou. A Angra Partners também é constituída pelos fundos de pensão Previ, Telos, Funcef e Petros.