Para presidente da CUT, reforma proporcionará solução de conflitos no local de trabalho

13/05/2005 - 20h45

São Paulo, 13/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - A organização sindical no local de trabalho proporcionará resolução rápida dos conflitos, sem que a Justiça tenha que ser acionada, facilitando, inclusive, a administração das empresas. A análise foi feita hoje, nesta capital, pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho.

"Quero chamar a atenção dos empresários: não precisam ficar preocupados com a organização no local de trabalho, não é uma célula revolucionária, que vai se apropriar do comando ou do capital da empresa. É, simplesmente, um espaço de democracia, um espaço que vai garantir, verdadeiramente, a cidadania dos trabalhadores e o direito a ver os seus problemas resolvidos mais rapidamente, de forma eficiente, moderna, sem ter que chamar um terceiro para resolver, que seria a Justiça", disse Marinho, em relação à resistência da classe empresarial em aceitar a proposta, contida na reforma sindical.

"Está provado. Onde você tem organização no local de trabalho, você tem menos conflito e menos demanda no judiciário, então o empresário moderno – responsável socialmente – vai gostar de ter em sua empresa, em seu negócio, uma organização no local de trabalho que trate de solucionar os problemas ali mais rapidamente", acrescentou.

A CUT definiu hoje, no encerramento de sua 11ª Plenária Nacional, o apoio à reforma, que foi discutida no Fórum Nacional do Trabalho. A Central admite, entretanto, flexibilizar alguns itens para garantir a aprovação da reforma sindical no Congresso, como a unicidade sindical. A plenária avaliou uma Plataforma Democrática Básica, elaborada a partir de discussões com outras centrais sindicais do país. Na próxima sexta-feira (20), após a plataforma ser avaliada pelas plenárias de todas as centrais, elas se reunirão para definir o texto final da emenda à reforma sindical.

Marinho destacou, também, que "não há a menor possibilidade de tramitar, paralelamente à reforma sindical, a reforma trabalhista", conforme reivindicação do empresariado. Segundo ele, é preciso antes que os trabalhadores tenham sindicatos e instrumentos que os representem nas negociações.

"Os empresários dizem que querem mais negociação. Se (eles) querem mais negociação, é preciso criar instrumento para isto. Não há possibilidade de negociação plena, que cubra todos os espaços de negociação, sem organização no local de trabalho. Não há condição para isso. Se é verdade que os empresários desejam mais negociação e menos participação do Estado, menos interferência do Judiciário, é preciso fazer a reforma sindical e, a partir da reforma sindical, fazer a reforma trabalhista que adeque a condição de negociação", explicou.