Para CPT, mexer no bolso dos infratores é boa forma de combater escravidão

13/05/2005 - 17h33

Lucas Parente
Da Agência Brasil

Brasília – O coordenador da Comissão Pastoral da Terra do município de Marabá, no Pará, José Batista, uma das melhores formas de acabar com o trabalho escravo no Brasil é "mexendo no bolso" de quem pratica esse crime. "Se em todos os casos tivesse uma ação civil pública forte e exemplar como essa, com certeza, não teríamos dúvida de que o trabalho escravo no Brasil diminuiria", disse ele.

Hoje (13), a empresa Lima Araújo Agropecuária foi condenada pela 2ª Vara do Trabalho de Marabá (PA) a pagar R$ 3 milhões por escravizar cerca de 180 trabalhadores. A multa por danos morais coletivos, aplicada a empresa Lima Araújo Agropecuária, é a maior determinada pela justiça brasileira nesse caso. A empresa ainda pode recorrer, mas, caso a decisão seja mantida, a multa será destinada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

No País, mais de 800 pessoas que viviam como escravas foram libertadas neste ano, segundo o Ministério do Trabalho. Só no estado do Pará cerca de 500 trabalhadores estão livres.