Cidades da região Nordeste ainda concentram as maiores taxas de mortalidade infantil

13/05/2005 - 16h48

Cristiane Ribeiro e Aécio Amado
Repórteres da Agência Brasil

Rio - O esgoto a céu aberto, aquele que corre pelas valas sem nenhuma forma de tratamento, é o problema ambiental que mais afeta os brasileiros. A falta de saneamento é responsável, inclusive, pelos altos índices de mortalidade infantil. Em 20% dos municípios do país (1.159) a cada mil crianças nascidas vivas, 40 morrem antes de completar um ano por contraírem doenças endêmicas. Os dados constam do suplemento sobre Meio Ambiente do Perfil dos 5.560 municípios, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Das 1.159 cidades com altas taxas de mortalidade infantil, 1.086 estão na região Nordeste. O restante está nas regiões Norte e Sudeste. Ao relacionar a ausência de saneamento básico com a mortalidade infantil, a pesquisa destaca a importância da instalação de redes de água e esgoto nos domicílios. E revela que dos 10,4 milhões de domicílios que ainda não dispõem de esgotamento sanitário, quase 4 milhões estão no Nordeste.

A falta de saneamento básico é apontada, no levantamento que tem como base o ano de 2002, como a principal causa de mortalidade infantil, seguida das doenças endêmicas (malária, cólera, febre amarela e dengue) ou epidemia e presença de vetor (transmissor) de doença.