Presos no Paraná dois acusados de crimes contra o sistema financeiro

12/04/2005 - 18h57

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - Foram presas hoje em Curitiba duas pessoas denunciadas no início deste mês pela Força-Tarefa CC5 do Ministério Público Federal (MPF) por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A informação foi dada pela Procuradoria da República no Paraná. Segundo nota emitida há pouco, o pedido foi feito pelo MPF e a prisão, decretada pela 2.ª Vara Federal Criminal, especializada em crimes de lavagem de dinheiro.

O MPF denunciou 12 pessoas, que movimentaram cerca de US$ 1,23 bilhão em oito contas (sete em bancos de Nova Iorque e uma na Suíça) e pediu a prisão de sete delas, em Curitiba e São Paulo.

No Paraná, foram presos Paulo Roberto Krug e Leandro Henrique Piaceski. Clayton Marcelo de Souza, que também tem mandado de prisão decretado pela Justiça, está foragido. Eles são acusados de movimentar cerca de US$ 28 milhões entre 1999 e 2002 em uma conta no Merchants Bank de Nova Iorque. A Polícia Federal cumpriu também mandado de busca no escritório de Piaceski.

De acordo com a Procuradoria, também foram denunciados pelo MPF, mas não tiveram pedido de prisão decretado: Mônica Santos Alves, esposa e sócia de Krug; o ex-gerente do Banestado em Nova Iorque Gilson Girardi; o ex-diretor da Carteira Imobiliária do Banestado em Curitiba Ricardo Sabóia Khury; e o ex-gerente do Banestado em Grand Cayman Ricardo Franczyk. Eles movimentaram valores na conta Pacific Way, que tem ainda bloqueados cerca de US$ 250 mil, nos Estados Unidos. Na mesma conta, também houve movimentações do ex-diretor do Banestado Gabriel Nunes Pires Neto, já condenado pela Justiça Federal.

Em São Paulo, quatro dos cinco denunciados tiveram prisão decretada, mas estão foragidos: Hélio Renato Laniado, Eliott Maurice Eskinazi, Renato Bento Maudonet Junior e Dany Lederman. Márcio Abdo Sarquis Attié, também acusado pelo MPF, não teve prisão decretada. De acordo com os procuradores da República, eles movimentaram cerca de US$ 1,2 bilhão em sete contas (duas no Banestado de Nova Iorque, quatro no Merchants Bank, também de Nova Iorque, e uma na Suíça), entre 1995 e 2002. Os cinco têm mais de US$ 3,5 milhões bloqueados em duas dessas contas nos Estados Unidos.

Esta é a segunda fase da chamada Operação Zero Absoluto que, inicialmente, conseguiu o bloqueio de US$ 8,2 milhões do empresário Antônio Pires de Almeida, decretado pela Justiça Federal em Washington.

Os mandados de prisão e de busca foram cumpridos pela PF, sob a coordenação da delegada da Polícia Federal Érika Marena.